Marcia Eliza declara apoio a Bolsonaro e critica ‘perseguições e ataques’
Candidata derrotada nas eleições de Taubaté publicou mensagem em defesa do ex-presidente, que esteve na cidade em 2024 para ato de campanha
Marcia Eliza, conhecida como Marcia do PL, candidata derrotada nas eleições municipais de 2024 em Taubaté, fez uma publicação nas redes sociais na noite desta quarta-feira, 26, em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Na eleição de 2024, Marcia recebeu 21,56% dos votos, somando 34.277 eleitores.
Em sua publicação no Instagram, ela exaltou Bolsonaro e criticou adversários políticos.
"Bolsonaro simboliza o orgulho de ser brasileiro, a valorização das famílias, do desenvolvimento e da soberania nacional. Ele nos ensinou a lutar contra o globalismo e o comunismo, a não aceitar passivamente a dominação da esquerda e a defender nosso país com coragem. Mesmo diante de perseguições e ataques, Bolsonaro segue firme, e nós seguimos com ele. Porque sua luta é a nossa luta. Bolsonaro sempre", escreveu Marcia.
A candidata derrotada teve Bolsonaro como um dos principais apoiadores de sua campanha no ano passado. O ex-presidente esteve em Taubaté no dia 1º de outubro de 2024, onde participou de um ato eleitoral de Marcia, então candidata à prefeitura pelo Partido Liberal.
Bolsonaro chegou à cidade por volta das 11h e deu início a uma carreata partindo da avenida dos Bandeirantes, próximo à churrascaria Nova Brescia, no bairro Independência. O evento começou sem a presença de Marcia, que se juntou ao ato posteriormente. Após um breve trajeto, a carreata terminou na avenida Itália, em frente à ‘Casa da Direita’, comitê eleitoral do PL no município, onde Bolsonaro fez um discurso.
Bolsonaro réu no STF
A maioria da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal votou nesta quarta-feira, 26, pelo recebimento da denúncia contra Bolsonaro, tornando-o réu pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. Ele é o primeiro ex-presidente eleito a responder criminalmente por esse tipo de acusação.
Os crimes estão previstos nos artigos 359-L e 359-M do Código Penal. O relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, destacou que há elementos suficientes para o recebimento da denúncia.
"Não há então dúvidas de que a procuradoria apontou elementos mais do que suficientes, razoáveis, de materialidade e autoria para o recebimento da denúncia contra Jair Messias Bolsonaro", afirmou Moraes.
Além desses crimes, Moraes votou para que Bolsonaro também responda por organização criminosa armada, dano qualificado pelo emprego de violência e deterioração de patrimônio tombado. Se condenado, Bolsonaro pode pegar mais de 30 anos de prisão.
Os ministros foram unanimes.
Acusação da PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro de ter conhecimento do plano chamado Punhal Verde Amarelo, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. Segundo a denúncia, ele também sabia da minuta do golpe, documento que detalhava um decreto para mantê-lo no poder mesmo após sua derrota nas eleições de 2022.
A denúncia também aponta que Bolsonaro começou a colocar o plano em prática em julho de 2021, ao atacar o sistema eleitoral em transmissões ao vivo, com o objetivo de gerar instabilidade política.
A maioria da Primeira Turma também votou para tornar réus sete aliados do ex-presidente, entre eles os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres, além do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.