Política

Áudio de ex-vereador Tigrão, sugere cobrança de assessores; ele nega e diz ser alvo de fake news

Ex-assessor afirma que prática era uma condição para manter cargos; Tigrão nega e diz ser alvo de perseguição

Marcelo Caltabiano | Data: 25/02/2025 16:43

Um áudio que circula por aplicativos de mensagens mostra o ex-vereador de Taubaté, Adriano Tigrão, supostamente pedindo contribuições financeiras a assessores de seu gabinete. A prática, conhecida como "rachadinha", pode configurar o crime de peculato. No entanto, Tigrão nega as acusações e afirma ser vítima de uma campanha para prejudicá-lo politicamente.

O ex-vereador Adriano Tigrão participa ao vivo do programa T7 em Dois Tempos com o jornalista Alexandre Soledade; assista

No áudio, Tigrão sugere que a manutenção dos cargos dos assessores estaria condicionada a contribuições financeiras. "Então quem tem que se ajudar é nós mesmos. Se nós não se fortalecer e cada um pensar na sua cadeira, tá sentado aí, não vai dar certo", afirma. Em outro trecho, ele reforça a necessidade das contribuições: "Quer sentar na cadeira? Pague pela cadeira, fortaleça pela cadeira, ajude pela cadeira, entendeu? Cada um vai ter sua cadeira. Se não quiser, eu chego agora, outubro, nós pede conta lá, ou antes de outubro a gente já libera todo mundo, todo mundo segue o caminho de cada um."

O áudio veio à tona em meio a investigações da Polícia Civil sobre o caso. Em um novo depoimento, um ex-assessor de Tigrão afirmou que repassava mensalmente cerca de 20% de seu salário ao então vereador entre 2021 e 2024. Segundo ele, essa seria uma condição imposta para que mantivesse o cargo. O ex-assessor também alegou que outros integrantes do gabinete faziam o mesmo e que parte do dinheiro teria sido usada para pagar contas pessoais do ex-vereador.

Tigrão nega acusações e diz ser alvo de perseguição

Adriano Tigrão nega qualquer irregularidade e afirma que a denúncia faz parte de uma campanha para prejudicá-lo politicamente. Segundo ele, o áudio foi manipulado e faz parte de um conjunto de ataques que ele vem sofrendo. "Ele usa essa coisa artificial, ele usa [edições]. Ele fez música para mim através disso, ele montou várias falas de algumas pessoas da política para jogar na política", declarou.

O ex-vereador também destacou que o autor da denúncia já havia tentado envolvê-lo em outras polêmicas. "Teve audiência agora, um ano antes de acabar minha eleição, teve uma audiência no Ministério Público que chamou só os assessores, chamou todo mundo. Foi ele que não foi. Por que que ele não foi?"

Tigrão também afirmou que está sendo alvo de ameaças e perseguições. "Ele não contou para todo mundo que está aí na porta da escola ameaçando minha menina de 14 anos. Ele não está contando para vocês que foi ameaçar minha irmã e meu sobrinho na porta da casa da minha irmã, com um revólver, vestido com a roupa de GCM. Ele não contou isso para vocês? Ele só está contando o que quer."

O ex-vereador defendeu sua atuação política e disse que nunca precisou do dinheiro de assessores. "Nunca precisei do dinheiro deles. Só precisava ser eu mesmo e trabalhar honestamente pela população."

Investigação e repercussão

O inquérito que investiga as acusações foi aberto em julho do ano passado, após a denúncia inicial. O ex-assessor chegou a recuar em seu depoimento posterior, mas voltou a procurar a Polícia em outubro, reafirmando as acusações e alegando que havia sido ameaçado para mudar seu relato.

A denúncia também foi levada à Comissão de Ética da Câmara de Taubaté, mas foi arquivada por falta de provas.

Atualmente, Adriano Tigrão atua como assessor do deputado estadual Ortiz Junior. A Polícia Civil segue investigando o caso.


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